Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn
Especialistas dedicados a entender como as plantas interagem com fatores como seca, ataque de insetos, infecção por bactérias e fungos ou modificações genéticas estiveram reunidos no dia 16 de dezembro no Workshop on Interdisciplinary Plant Science. Realizado na sede da FAPESP, o evento contou com a participação de pesquisadores paulistas de diversas universidades e institutos de pesquisa, além de membros do Interdisciplinary Plant Group (IPG) – rede formada por 57 professores de vários departamentos da University of Missouri, nos Estados Unidos.
Criado há 32 anos, o IPG congrega alunos de graduação, professores, profissionais e pós-doutorandos em áreas como fisiologia de plantas, biologia molecular, genética, genômica, bioquímica, ecologia e ciência da computação, com o objetivo de fortalecer a pesquisa e o ensino interdisciplinar na área. De acordo com o ranking da revista Times Higher Education (THE), o IPG é considerado o 14º grupo mais forte do mundo na área de ciências de plantas.

“A principal função do IPG, além de promover a interação entre acadêmicos de diferentes departamentos, é conseguir espaço e verbas de pesquisa para a área de biologia de plantas no meio de tantos outros assuntos existentes na universidade. Essa capacidade de se organizar ao redor de um tema de forma a fortalecê-lo é algo que não temos aqui no Brasil e deveríamos aprender com eles”, comentou Paulo Mazzafera, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e organizador do workshop.

De acordo com Mazzafera, a programação do evento foi preparada de forma a colocar lado a lado pesquisas com temas afins, para fomentar uma futura colaboração internacional.

Estre os palestrantes estavam José Roberto Postali Parra, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), e Deborah Finke, do IPG, que abordaram estudos relacionados ao controle biológico de insetos e outras pragas na agricultura.

Renato Vicentini, do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética da Unicamp, e David Braun, do IPG, apresentaram pesquisas voltadas a desvendar os mecanismos que regulam o armazenamento de carboidratos em plantas como cana-de-açúcar, milho e sorgo.

Claudia Vitorello, da Esalq, Jesus Ferro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e Walter Gassmann, do IPG, trataram da interação das plantas com patógenos e os mecanismos genéticos de resistência.

Marco Aurélio Zezzi Arruda, do Instituto de Química da Unicamp, falou sobre os impactos das modificações genéticas sobre o metabolismo da soja e sobre o mapeamento da distribuição de selênio em plantas.

Também participaram Felix Fritsch, do IPG, que falou da otimização da produtividade de plantas cultivadas; Joseph Polacco, também do IPG, que tratou da simbiose de plantas com microrganismos, e Camila Caldana, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que falou sobre a produção de biomassa em cana-de-açúcar.

O diretor do IPG, Robert Sharp, apresentou sua linha de pesquisa voltada a entender o papel das raízes na adaptação de plantas como o milho a situações de seca – principal fator limitante de produtividade em todo o mundo.

“Estamos aqui hoje porque uma das coisas que buscamos é o fortalecimento de parcerias internacionais. A filosofia do IPG é sempre buscar aquilo que podemos fazer melhor como uma comunidade do que fazemos em nossos programas individuais. Essa filosofia se estende para além da University of Missouri e além dos Estados Unidos. Atualmente, estamos discutindo a possibilidade de lançar um curso de doutorado conjunto com a Universidade Lancaster, no Reino Unido. Esse tipo de interação espero que aconteça também com o Brasil a partir deste evento”, afirmou Sharp.

Segundo Sharp, a University of Missouri foi uma das 16 instituições americanas selecionadas pelo Institute of International Education, dos Estados Unidos, para participar do The International Academic Partnership Program – cuja edição de 2013/2014 tem como foco o Brasil.

“Faço parte do comitê que vai criar o plano estratégico e identificar as instituições-chave para implementar parcerias. A FAPESP com certeza é uma delas e este workshop veio em um momento oportuno”, disse Sharp.

Ao final do encontro, Roberto Marcondes César Júnior, membro da coordenação adjunta da área de Ciências Exatas e Engenharias da FAPESP, apresentou as linhas de financiamento e os programas de pesquisa da instituição, bem como um panorama da ciência no Estado de São Paulo e no Brasil.

“Este workshop se situa em uma área estratégica para o Estado de São Paulo e para a FAPESP. A fundação tem vários projetos e programas relacionados às ciências das plantas e iniciativas alinhadas aos tópicos cobertos durante o evento. Espero que seja a semente de um futuro convênio que permita trabalhar com a Universidade de Missouri, uma instituição relevante e reconhecida na área”, comentou Marcondes César.

Agência FAPESP