Os nanofármacos são capazes de armazenar em seu interior a molécula de uma droga ou o princípio ativo de um medicamento, oferecendo uma melhor eficiência no transporte pelo organismo para que a liberação do composto específico ocorra na região de interesse. Em função das características dos nanofármacos, torna-se possível reduzir os efeitos colaterais quando comparados com os medicamentos convencionais. Desse modo, apresentam-se como uma das apostas da indústria farmacêutica para o desenvolvimento de produtos inovadores nos próximos anos.
Polimorfismo, por sua vez, é a capacidade de uma substância, no estado sólido, existir em mais de uma estrutura cristalina. No caso das indústrias farmoquímica e farmacêutica, ele pode ocorrer nas diferentes fases do desenvolvimento de novos medicamentos e durante sua produção em larga escala (comprimidos e drágeas). Sem um controle de qualidade e pesquisa adequados dos fármacos que apresentam este fenômeno do polimorfismo, os remédios podem apresentar eficácia terapêutica inadequada ou até mesmo tornarem-se perigosos para o consumo. No Brasil, não há uma legislação madura a respeito do seu controle — como existe na Europa e nos EUA, por exemplo — e o workshop pretende justamente sensibilizar a sociedade para a importância desta regulamentação. A Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) está atenta ao caso e vem criando portarias a respeito. Está em jogo a saúde das pessoas.
Após o sucesso da primeira edição, realizada em 2010, o evento deste ano pretende dar continuidade às discussões acerca do impacto do polimorfismo na indústria e seus aspectos relativos à legislação, questões de patente e controle de qualidade de fármacos e medicamentos produzidos no país. O encontro é voltado para os agentes inseridos na cadeia produtiva dos setores farmoquímico e farmacêutico, ou seja, profissionais da indústria, escritórios de propriedade intelectual, representantes de instituições reguladoras e meio acadêmico em geral, como professores e alunos de Engenharia, Farmácia, Direito, Química, Biologia, Física e Medicina.
Um dos palestrantes é o professor Ronaldo Pedro da Silva, do DEMa, coordenador Técnico do Laboratório de DRX e SAXs, da PUC-Rio, diretor da e-Diffraction Pharma (NanoBusiness) e integrante do comitê organizador do evento. Prof. Ronaldo Silva falará sobre o consumo colaborativo de tempo de Luz Síncrotron a favor da competitividade da indústria farmacêutica. Segundo o palestrante, “o Brasil não deixa nada a dever a outros países, pois conta com mão de obra e pesquisadores qualificados a prestarem este serviço de controle de qualidade e pesquisa, além de uma infraestrutura de equipamentos e laboratórios adequada”.
O evento conta ainda com a apresentação do Prof. Dr. Joel Bernstein, referência mundial na área de polimorfismo e patentes no setor farmacêutico e consultor de diversas empresas como Pfizer, Johnson & Johnson, GlaxoSmithKline, Roche, Abbot, Sanofi-Aventis, Organon e Astra Zeneca. Além dele, está confirmada a palestra da Dra. Nair Rodrigues Hornedo, consultora da Food and Drug Administration (FDA) em processos de cristalização de co-cristais de fármacos.
O “II Workshop Polimorfismo e Nanofármacos: oportunidades, tendências e desafios na indústria farmacêutica” também é apoiado pela Associação Brasileira de Indústria Química (ABIQUIM), pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Produtos Farmacêuticos (IPD-Farma) e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
SERVIÇO:
Evento: “II Workshop “Polimorfismo e Nanofármacos: oportunidades, tendências e desafios na Indústria farmacêutica”
Data: 3 e 4 de outubro
Horário: A partir das 9h
Local: Parque Tecnológico São José dos Campos, SP
Inscrições e programação: http://e-diffraction.com/workshop