Neste contexto, surge a seguinte dúvida: como fazer para que essas transformações realmente contribuam para reduzir as condições de vulnerabilidade dos direitos sociais fundamentais – educação, saúde, liberdade, moradia, transporte, lazer e serviços públicos – da população? Em busca de respostas, profissionais do setor público e pesquisadores se reúnem na sede da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na próxima terça-feira, 10 de setembro, quando será realizado o seminário "Por um Rio Saudável: Direito à Cidade", organizado pela FAPERJ.
Os organizadores do evento, o médico Adauto José Gonçalves de Araújo, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a advogada Rosângela Lunardelli Cavallazzi, do programa de pós-graduação em Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ambos coordenadores de áreas na FAPERJ, destacam a abordagem interdisciplinar do seminário, que se dividirá em duas mesas-redondas: "Multiplicidade da paisagem: leituras contemporâneas" e "Qualidade de vida: mobilidade, espaço e ética". Os dois pesquisadores chamam atenção para a necessidade de que as transformações não sejam movidas simplesmente por esses grandes eventos, mas que estejam inseridas num projeto de desenvolvimento e justiça social para a metrópole. "Com o seminário, pretende-se discutir os dilemas e os problemas de uma cidade que está imersa em condições de vulnerabilidade", explica Adauto. Já Rosângela destaca a importância de uma maior aproximação do poder público com as demandas históricas da sociedade. "As mudanças urbanas que estão sendo realizadas precisam realmente ser pensadas como forma de melhorar a qualidade de vida da população e não podem desprezar a realidade local. Muito pelo contrário, é essencial que elas tenham como foco a realização do direito à cidade", afirma Rosângela.
Com início às 9h da manhã, a primeira mesa-redonda será mediada pelo diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima, e terá como conferencistas o musicólogo Ricardo Cravo Albin; o jurista Ricardo César Pereira Lira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); a arquiteta e urbanista da UFRJ, Lúcia Maria Sá Gomes da Costa; e o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, também arquiteto. A segunda mesa, mediada pela economista e cientista política Marta Skinner, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), está prevista para começar às 14h, e contará com a presença da defensora pública Larissa Elias Davidovich, do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon); da superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria Estadual de Cultura, Vera Saboya; do economista Henri Acselrad, da UFRJ; e do médico sanitarista Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No início do seminário e no intervalo das duas mesas-redondas, haverá a exibição de um vídeo, de cerca de 20 minutos, em que 15 pesquisadores, de diferentes áreas do conhecimento e instituições, a maioria Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ, expõem sua opinião sobre como enfrentar o desafio de buscar um Rio de Janeiro saudável e preparar a metrópole para o futuro.
O evento é o quinto de uma série de seminários que estão sendo organizados ao longo de 2013 pela FAPERJ. Até novembro, estão previstos mais três seminários: "Divulgação Científica" – que será realizado durante a 3.ª Feira FAPERJ de Ciência, Tecnologia e Inovação, entre 10 e 12 de outubro –, "Energias Alternativas Renováveis" e “Potencial Tecnológico do Estado do Rio de Janeiro”. "Todos eles se inserem na proposta da Fundação de reconhecer a importância da produção acadêmica sobre assuntos relevantes para o desenvolvimento do estado e debater soluções para as demandas não só na capital fluminense, como de todo o estado", concluem os organizadores.
Por um Rio Saudável: Direito à Cidade
Data: terça-feira, 10 de setembro, das 9h às 18h
Local: Academia Brasileira de Ciências (Rua Anfilófio de Carvalho, 29, 3º andar, Centro)
Assessoria de Comunicação FAPERJ