O Bóson de Higgs foi previsto inicialmente em 1964 pelo físico britânico Peter Higgs, a partir de um Modelo Padrão das relações entre as forças fundamentais das partículas. A falta de condições tecnológicas para a busca da partícula impediu que ela fosse identificada até 2008. Foi a partir daí que quando o maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC – sigla em inglês para Large Hadron Collider), começou a funcionar tornando possíveis as pesquisas que, no ano passado, confirmaram a existência da partícula mais procurada pelos físicos contemporâneos.
Segundo Belyaev, tal descoberta implica novos questionamentos a respeito da origem da matéria como, por exemplo, a insuficiência do Modelo Padrão. “Temos de responder a novas questões, a partir da descoberta do Bóson de Higgs. Qual a origem da matéria escura? Como explicar a simetria entre as massas da matéria e antimatéria? Para responder a essas questões, talvez precisemos recorrer a novas teorias.”
A partir dessas constatações, o docente de Southampton discutiu as implicações das teorias com dimensões extras ou modelos de tecnicolor, que propõem uma avaliação da origem da matéria que vai além das já descritas por meio do Modelo Padrão. “Discutindo diferentes teorias podemos dar prosseguimento sobre temas importantes da física contemporânea.”
Discussão importante para pesquisadores da UFJF
Segundo o professor do departamento de Física da UFJF, Ilya Shapiro, a vinda do professor Belyaev enriquece as discussões sobre a origem da matéria. “No departamento de Física temos pesquisadores que fazem abordagens teóricas sobre o tema, que constroem modelos que são testados depois. Não contamos, porém, com pessoas que interpretam modelos e os levam para experiências. Por isso, a vinda do professor Belyaev, que trabalha com esta parte experimental, é importante.”
Shapiro afirma que o contato com um pesquisador de viés mais experimental aprofunda o interesse dos pesquisadores locais quanto às pesquisas sobre a origem da matéria. “Esta pesquisa é, nos dias de hoje, uma das mais importantes do mundo na física.”
UFJF Assessoria de Imprensa