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Benjamin-Jerry-CohenA crise econômica de 2008 que abalou os mercados financeiros de todo o mundo, pertubou a confiança mundial na moeda norte-americana, o dólar, segundo Benjamin Jerry Cohen, professor de Política Econômica Internacional, da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, EUA. Para ele, os desacordos políticos entre os principais partidos, o Democrata e o Republicano, e a crescente dívida externa do país, que passa de US$ 3 trilhões, põem em cheque a liderança dos Estados Unidos. Cohen falou para uma plateia de estudantes sobre economia monetária. Convidado pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, da Unesp, Unicamp e PUC-SP, e pelo Instituto de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu), o professor abordou o tema A concorrência monetária global: o dólar pode ser desafiado? O encontro foi realizado nesta segunda-feira (13/06), na PUC-SP. 
Sem opção

A perda de valor do dólar frente a moedas dos países emergentes abre um debate para qual seria uma sucessora. Para Cohen, não há atualmente uma que possa ser a mais forte no mercado global. “O euro, o yen, do Japão, e o yuan, da China, poderiam até desafiá-lo. Mas hoje eles não são ameaças para a moeda americana", salientou. "Entretanto, a unidade monetária chinesa pode ser uma desafiante daqui a muitos anos”.

Presente ao evento, Luiz Afonso Simoens da Silva, economista internacional e professor do Programa San Tiago Dantas, acredita que o dólar possui um Estado por trás dele, alguém que o represente e que lhe traz maior força. “As outras moedas não possuem este auxílio. O euro, por exemplo, está numa situação terrível. Não sabemos o que pode acontecer com ele. Por outro lado, a moeda estadunidense tem o tesouro americano por trás."

Apesar das possíveis desestabilizações nas relações comerciais entre os países com a ausência de uma liderança, Cohen acredita que a curto prazo essa situação pode levar a um cenário de cooperação entre as nações. "No entanto, a maior influência dos governos nacionais nas relações comerciais multilaterais aumentará os conflitos, ao longo do tempo", explicou.

O economista

Cohen é professor da Cátedra Louis G. Lancaster de Economia Política Internacional, leciona em cursos de graduação e pós-graduação. Suas pesquisas envolvem questões de relações internacionais, monetárias e financeiras, se destaca na linha mundial em questão monetária. Tem escrito pesquisas que vão desde as taxas de câmbio e de integração monetária aos mercados financeiros internacionais e da dívida.

A mesa de discussão foi coordenada pela professora Flavia de Campos Mello, da PUC-SP. Aproveitando a visita ao Brasil, Cohen estará presente também no II Workshop INCT-Ineu: Pensando os Estados Unidos: A Economia Política do Dinheiro, ministrando o tema O futuro da moeda internacional, nesta terça-feira (14/06), às 14h30 no auditório do Centro Sócio-Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina.

Unesp Assessoria de Comunicação e Imprensa