Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn
Após reunirem informações e fotografias de 135 espécies de serpentes em 10 estados brasileiros, pesquisadores do Instituto Butantan, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade de São Paulo (USP) produziram o livro Serpentes do Cerrado – Guia Ilustrado, publicado pela Holos Editora. O guia, produzido com apoio da FAPESP, conta com 185 fotografias coloridas de 135 espécies de serpentes do Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km², cerca de 22% do território nacional.
As fotos permitem o reconhecimento das serpentes. O guia mostra as variações no padrão de colorido de determinadas espécies, incluindo aquelas que ocorrem ao longo da vida do animal.

“Trata-se de um conjunto de informações apresentadas de forma simples e clara, com o recurso das fotografias acompanhadas de ícones que se relacionam a características da espécie, um conhecimento importante não só para especialistas, mas também para a população, com orientações sobre a ocorrência de animais que precisam ser preservados e sobre os quais ainda se sabe muito pouco”, disse Otavio Augusto Vuolo Marques, diretor do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, um dos autores do livro.

Para cada serpente apresentada são fornecidas informações, ilustradas por ícones, de morfologia (tamanho do corpo e cauda, massa e dentição), do uso do hábitat (horário de atividade e substrato), dos hábitos alimentares (principais itens), do modo reprodutivo (ovípara ou vivípara) e das táticas defensivas. Também é informado se a espécie oferece risco de envenenamento grave ao ser humano.

As espécies de serpentes estão agrupadas por coloração, a fim de facilitar a sua identificação pelo leitor. Antes das pranchas de apresentação da espécie há um texto introdutório sobre o Cerrado e outro geral sobre as serpentes, que caracteriza e sumariza os principais aspectos de história natural desses animais.

O guia também apresenta outros répteis que podem ser encontrados no Cerrado, incluindo os serpentiformes – aqueles com formas semelhantes às das serpentes e que podem ser confundidos com elas pelo leigo. Ao final, há uma lista com todas as serpentes registradas no Cerrado até a publicação da obra, complementada por informações sobre a fisionomia vegetal utilizada por cada espécie.

Preservação

Para os pesquisadores, a produção de inventários faunísticos, estudos técnicos de identificação da diversidade de espécies animais que ocorrem em determinada área ao longo de um período histórico, pode contribuir para a preservação das espécies estudadas por fornecer informações sobre as interações ecológicas que as suportam.

“Um passo importante para minimizar eventos de extinção maciça provocados pela espécie humana é a produção desses inventários, assim como a identificação do status populacional, das demandas por recursos e das interações de cada espécie. Esses estudos de base são indispensáveis para iniciativas de conservação”, destaca Marques.

A ação antrópica tem comprometido rapidamente o bioma do Cerrado brasileiro. Enquanto o desmatamento está em queda na Amazônia, ele só cresce no Cerrado, chegando a 1,5% ao ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) – mais de 3 milhões de hectares desmatados anualmente.

“Gerações de pesquisadores estiveram e estão envolvidas nos esforços para fundamentar e implementar medidas que garantam a manutenção desse ecossistema típico dos planaltos do Brasil central. O guia ilustrado é uma compilação de parte dos resultados dessas ações, dirigido particularmente à diversidade de serpentes nesses ambientes.”

Serpentes do Cerrado – Guia Ilustrado
Autores: Otavio Augusto Vuolo Marques, André Eterovic, Cristiano Campos Nogueira e Ivan Sazima
Lançamento: 2016
Preço: R$ 63
Páginas: 248

Mais informações: Holos Editora

Agência FAPESP