Ainda moleque, aos 9 anos, Andrea e a família se mudaram para São Paulo, local em que vive até hoje. Quando jovem entrou para a faculdade de arquitetura e engenharia, mas abandonou os números depois de se apaixonar pela pintura, gravura e fotografia.
Segundo o professor Luciano Pascoal, coordenador da pós-graduação, com uma câmera na mão Tonacci expôs um talento peculiar e uma sensibilidade original, participando de um dos mais criativos e ousados movimentos culturais do país: o cinema marginal. “Foi ao lado de Rogério Sganzerla, Júlio Bressane, João Silvério Trevisan, Ozualdo Candeias, entre outros, que ele exercitou o experimentalismo e propôs uma nova plástica na execução da sétima arte”, afirma.
“Tonacci estava Incomodado com a inércia do Cinema Novo”, explica. Assim estreia com o curta “Olho por Olho” (1965), onde uma câmera desconcertante acompanha jovens inquietos pelas ruas de São Paulo. O docente lembra que três anos depois, pouco antes do país mergulhar no período mais sombrio da ditadura militar, o jovem realizador fez “Blá,blá,blá” (1968), um libelo corajoso diante de um país oprimido e calado. Logo no início, o personagem interpretado por Paulo Gracindo, ao realizar um discurso à nação sentencia: “Chegou ao fim a ambigüidade do poder revolucionário”. O filme prenunciava a bestialidade do AI-5.
O coordenador ressalta que Tonacci expressa os anseios de um cineasta em plena explosão criativa com o filme “Bang Bang” (1970). “Exposta por meio de uma câmera perturbada, a narrativa subleva a percepção sobre realidade e ficção”, esclarece. “Travellings atrevidos, fechamento de íris, ângulos inusitados, planos-sequência e personagens desvairados fazem do longa-metragem uma das obras-primas do cinema marginal e segue causando incômodo e embaraço nos olhos menos petulantes.”
Além disso, Tonacci também foi um dos pioneiros na utilização de equipamento de vídeo portátil. Entre 1977 e 1984, como bolsista de uma fundação norte-americana, ele recolhe centenas de horas de depoimentos de nações indígenas pelas Américas. Esse material, inacreditavelmente, segue inédito.
Depois de décadas Tonacci voltou a dirigir um longa-metragem: Serras da Desordem, premiado com o Kikito de melhor diretor no Festival de Cinema de Gramado, em 2006. “A obra narra a história de um índio que perambulou por dez anos pelo Brasil central, após fugir de um massacre. Insatisfeito em apenas captar a verdade de uma história incrível”, conta. “Tonacci, mais uma vez, transforma a narrativa cinematográfica numa experiência arrebatadora e polêmica”, completa o coordenador.
Serviço
Andrea Tonacci na Faculdade Pitágoras
Data: 19 de fevereiro
Programação:
Auditório Pitágoras
8h30 – exibição do filme “Bang Bang” (cópia digital)
Logo em seguida bate papo com o cineasta
Cine Comtour
14h – exibição do documentário “Serras da Desordem” (35mm)
Após uma palestra sobre o processo criativo do artista
Informações: (43) 3373-7307 – 3373-7333
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www.pospitagoras.com.br/cursos/cinema-e-documentario
Entrada franca
Pós-graduação Cinema e Documentário
Duração: 18 meses
Inscrições: até 18/2
Carga horária: 360 horas
Periodicidade: sábados, das 8h às 17h30
Faculdade Pitágoras Londrina
Referência em ensino superior na região, a Faculdade Pitágoras em Londrina possui mais de 3 mil alunos e está situada em um local de fácil acesso. A instituição oferece ainda linhas de crédito estudantil, convênios com várias empresas, um projeto acadêmico inovador e corpo docente com 70% dos professores com formação em mestrado e doutorado. A instituição tem o maior núcleo de Engenharias da região. Todas as salas de aula têm cadeiras estofadas e ar condicionado, ambientes com acesso wireless à internet e estacionamento interno terceirizado.