Trinta anos depois foram lançadas as primeiras edições (com o original em Francês), resultado do trabalho de 350 cientistas coordenados por 39 especialistas, dois terços deles africanos.
O lançamento da Coleção em Português aconteceu no dia 9 de dezembro, com a presença dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Cultura, Juca Ferreira; do Vice-Reitor da UFSCar, Pedro Galetti; e do coordenador do processo de tradução para o Português, Valter Silvério, professor do Departamento de Sociologia da Universidade. A previsão é que oito mil coleções sejam distribuídas às bibliotecas públicas no Brasil e nos países africanos de Língua Portuguesa. Além disso, a versão eletrônica da obra já está disponível para download nos sites do MEC (www.mec.gov.br/publicacoes) e da Unesco (www.unesco.org/brasilia/publicacoes).
Mas o trabalho do NEAB não acaba com a publicação da Coleção. O Núcleo também está realizando o projeto internacional "Brasil-África: histórias cruzadas" que, a partir da tradução da "História Geral da África" elaborará materiais didáticos que visam evidenciar as relações entre o continente africano e o Brasil. Estão sendo desenvolvidos 12 livros destinados a professores da Educação Básica – ensinos Infantil, Fundamental e Médio – e 16 produtos em mídia eletrônica, além de um atlas histórico-geográfico da diáspora africana no Novo Mundo.
Em 2008, o Núcleo já havia sido selecionado para elaborar as primeiras obras didáticas sobre a temática étnico-racial, história e cultura afro-brasileiras para uso de professores e estudantes da rede pública. Nesse projeto estão sendo criados quatro volumes para alunos e quatro para professores com abordagem transversal, ou seja, relacionada às diferentes disciplinas. Essas obras devem ser lançadas no primeiro semestre de 2011.
Outra frente de atuação do NEAB está na formação de professores por meio de cursos de especialização e aperfeiçoamento. Nos últimos 10 anos, o Núcleo já formou cerca de 20 mil professores sobre a temática das relações étnico-raciais, história e cultura africanas, em cursos presenciais e a distância. Já há novas edições previstas, de um curso de especialização a distância que atenderá, em sua primeira oferta, 350 professores da rede pública, e também de um curso de aperfeiçoamento em parceria com o Ministério Público Federal voltado a professores de 11 municípios do entorno de São Carlos. "Sempre que lançamos um curso ou material novo percebemos uma procura cada vez maior de professores interessados em ter formação nessa área, o que representa uma preocupação permanente da sociedade e da escola em tentar entender o que é a diversidade étnica e racial no Brasil", observa o professor Valter Silvério. "Essas oportunidades de formação significam que nós preparamos os professores para que eles possam trabalhar esses temas em sala de aula, com a preocupação de não isolar o tema, mas sim incluí-lo como parte fundamental de formação do aluno e do professor", conclui.
Informativo da Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade Federal de São Carlos