O debate contou com a participação da cientista política Elide Rugai Bastos, professora da Unicamp, do doutorando em História Thiago Lima Nicodemo, pela USP, como debatedores, a coordenadora do Cedem Célia Reis Camargo, também professora da Faculdade de Filosofia e Ciências, câmpus de Marília, como mediadora. Burke e a historiadora brasileira Maria Lúcia Pallares-Burke apresentaram as motivações e as intenções de se fazer um livro sobre Freire. Eles escreveram a obra que deu o nome ao debate (Repensando os trópicos: um retrato intelectual de Gilberto Freyre, Editora Unesp, São Paulo – 2009, tradução de Fernanda Veríssimo).
Escrito originalmente em inglês, o livro pretende apresentar o intelectual brasileiro para o público europeu e norte-americano, que pouco ou nada conhece sobre ele, segundo Burke. Assim, os historiadores não só relatam o desenvolvimento cronológico de Freyre, como também por temas, como raça, culturalismo, sexo. “Mostramos também de forma crítica as posições controversas do pensador, como o apoio ao regime totalitário de Salazar (1889-1970), em Portugal, e ao golpe militar de 1964, no Brasil”, contou Maria Lúcia.
Para descrever essa trajetória, os pesquisadores se debruçaram por toda a obra de Freyre, desde livros, artigos publicados, cartas ou bilhetes, e até anotações nas páginas dos livros lidos por ele. “É muito difícil trabalhar a biografia deste intelectual que construiu uma auto-imagem e a propagou. Os autores conseguiram ir além e trazem um pensador com suas contradições”, avaliou Elide.
Assessoria de Comunicação e Imprensa Unesp