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unb logoA reabertura da exposição fotográfica UnB 50 Anos, História e Memória, na noite desta segunda-feira, na Biblioteca Central, deu início ao calendário de abril das comemorações do cinquentenário da Universidade de Brasília. A mostra relembra, por meio de fotografias e documentos raros, os anos de implantação da instituição.
Os fatos rememorados vão de 15 de dezembro de 1961, data de aprovação da lei de criação da Fundação Universidade de Brasília, passando pela inauguração, em 21 de abril, até a demissão em massa dos professores, em 1965, em razão das pressões impostas pelo regime militar.

“Celebração do cinqüentenário é momento de recuperar memórias, articulando o fio histórico que junte passado e futuro”, afirmou o reitor José Geraldo de Sousa Junior ao abrir a exposição, no final da tarde desta segunda-feira, ao lado da diretora interina da Biblioteca Central, Neide Aparecida Gomes, e do decano de Extensão, Oviromar Flores. “Por mais que entre os novos professores estejam ex-alunos, muitos não têm consciência da história, não conhecem a Universidade em que estão entrando”, enfatizou José Geraldo.

Aproximadamente 4 mil pessoas passam diariamente pela Biblioteca Central, um público apontado como estratégico pela diretora interina Neide Aparecida. “É uma boa forma de divulgar a história da UnB aos alunos que estão chegando e precisam conhecer a Universidade em que estão estudando”, disse.

A Biblioteca Central é o segundo lugar a receber a mostra, que percorrerá os demais campi até o final do ano. Fruto de parceria entre o Projeto ProMemória, a Secretaria de Comunicação, o Decanato de Extensão, a Biblioteca Central e a Comissão UnB 50 anos, a exposição permaneceu de 15 de dezembro do ano passado até março no Memorial Darcy Ribeiro.

Na reabertura na Biblioteca Central, o decano de Extensão enumerou os sentimentos que a mostra evoca na comunidade universitária. “As imagens são muito vivas”, enfatiza. “Nos relatos e nas fotos vemos luta, mas também muita alegria. Na UnB percebemos que a comunidade acadêmica, funcionários e estudantes são apaixonados pela instituição”.

TESTEMUNHA – Luiz Fernando Victor, um dos 15 professores demitidos em 1965 pelo então reitor Laerte Ramos, também prestigiou a reabertura da exposição. Testemunha dos momentos históricos retratados na mostra, ele chegou a Brasília com um grupo de docentes de Belo Horizonte para lecionar no curso de Administração.

Ele lembra que, além de marcar o início do primeiro semestre letivo da UnB, o dia 9 de abril, escolhido para a reabertura da exposição, também foi a data da primeira invasão dos militares à Universidade, em 1964. “Os militares ocuparam, fecharam tudo. Eram mais de 900 soldados que vieram rastejando pelo Cerrado”, relata o professor. A invasão desencadeou o pedido de demissão de 223 dos 305 professores da Universidade, insatisfeitos com o clima de instabilidade durante o regime militar.

Luiz Fernando recorda-se do desejo de consolidar a instituição que movia os pioneiros que chegaram em 1962. “Lembro-me da luta, de um lado para construir a Universidade, do outro a presença da polícia no campus, prendendo e agredindo. A aventura para construir a UnB foi longa e de muito sofrimento”.

UnB Agência