Com todas as informações obtidas estudando-se esses fósseis, foi possível criar ainda uma réplica de resina do réptil, exposta juntamente com os ossos originais, no hall de entrada.
Além da parte central, a exposição conta com duas alas. Na esquerda, vídeos e informações sobre o trabalho de escavação dos paleontólogos e sobre a região onde o fóssil foi encontrado, no sertão de Minas Gerais. Na ala direita, o visitante pode conferir acervo do próprio museu, com fósseis originais de peixes e crocodilos que viveram na mesma época do titanossauro.
Para o diretor do MZ e curador da mostra, o professor Hussam El Dine Zaher, além de usar algumas ferramentas interativas na exposição, o mais importante é que a mostra seja atraente ao público. “O grande desafio é traduzir ideias complexas para um texto que seja compreensível. As pessoas têm um interesse genuíno em aprender”, afirma.
Segundo o curador, apesar de ser ainda muito cedo para se falar de público e fazer projeções, o resultado da mostra - em exibição desde o dia 8 de fevereiro - tem sido satisfatório. “Isso mostra que acertamos no tema e na apresentação, o que nos deixa muito felizes”, celebra.
Titanossauro
O titanossauro é um dinossauro herbívoro que viveu no período Cretáceo. Ele impressiona não apenas pelo tamanho (cerca de 4 metros de altura e 13 de comprimento), mas principalmente por um fator curioso: a cabeça pequena. “É a primeira coisa que reparam. É um dinossauro grande, 'pescoçudo', mas com uma cabeça do tamanho da de um cavalo. Essa desproporção não ocorre mais em nossa fauna. Por isso o espanto das pessoas”, diz Hussam.
No Brasil, o titanossauro é também conhecido como tapuiassauro (Tapuisaurus macedoi). Tapuia, em homenagem aos índios que viveram na região de Coração de Jesus, Minas Gerais, local da descoberta. E Macedo, em agradecimento ao morador que colaborou com os pesquisadores para conseguirem chegar até o crânio. O nome científico foi aprovado apenas no último dia 7, após publicação de artigo na revista científica eletrônica PLoS ONE.
O fóssil exposto possui cerca de 120 milhões de anos e em torno de 40% de sua estrutura está preservada. Apesar desse recente achado, os pesquisadores apontam que as condições geológicas e fitogeográficas do território brasileiro não são favoráveis a novidades desse porte. As principais regiões fossilíferas nacionais são Minas Gerais e a bacia do Araripe, situada na divisa dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco.
Serviço
A mostra Cabeça Dinossauro – o Novo Titã Brasileiro está disponível para visitação de terça-feira a domingo, das 10 às 17 horas. O ingresso custa R$ 6,00, com meia-entrada para estudantes. O Museu de Zoologia fica na Av. Nazaré, 481, Ipiranga, São Paulo.
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