A produção desse biocombustível se dá por meio de um processo químico chamado de transesterificação, em que é misturado um óleo vegetal ou gordura de origem animal ao metanol, um álcool extraído do gás natural, e mais um catalisador, uma substância química. Para cada mil litros de óleo são necessários 300 litros de metanol.
O aumento da participação do biodiesel no diesel vai estimular a demanda por matérias-primas para o fabrico do óleo vegetal. As opções são muitas. A mais recente, que é objeto de estudo de várias instituições de pesquisa brasileiras, é o óleo do fruto da macaúba, uma palmeira encontrada em quase todo o Brasil, do norte de Minas Gerais até o norte da Argentina. Ela é a mais nova promessa para a produção de biodiesel. O que atrai na planta é a quantidade de óleo que essa cultura sem nenhum melhoramento agronômico produz num espaço de 10 mil metros quadrados ou 1 hectare (ha): até 4 mil litros (l). A título de comparação, a soja rende 500 l/ha.
A FAPESP apoia três projetos de Pesquisas sobre o óleo de macaúba: o estudo da estrutura genética da macaúba; a análise da diversidade genética da espécie para seleção de plantas matrizes; e um Projeto Temático envolvendo a produção de mudas comerciais visando ao biodiesel.
“A macaúba será extremamente importante para o futuro do biodiesel em alguns anos. É a cara do Brasil porque é uma planta nativa que está sendo muito pesquisada e em pouco tempo vai ganhar mercado”, comenta Donizete Tokarski, diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), que reúne os produtores. Ele garante que, com a capacidade industrial atual, é possível aumentar a oferta de biodiesel aos poucos, até atingir os 15% na composição com o diesel. Isso é possível porque quase toda a matéria-prima para o biodiesel é de subprodutos, como óleo de soja, gordura animal e óleo do caroço do algodão. Existe ainda o óleo de fritura, por exemplo, segundo Tokarski, uma fonte quase inexplorada. Dependendo da região, compra-se o litro por valores que vão de R$ 0,40/l a R$ 1,80/l.
Leia a íntegra da reportagem em revistapesquisa.fapesp.br/2016/07/14/oleo-para-o-biodiesel/?cat=tecnologia.
Revista Pesquisa FAPESP