“Por possuir uma população pequena, de 4,5 mil casais reprodutivos estimados, se alimentar de sementes de capins nativos e viver em campos naturais altos e de vegetação densa, ela é considerada uma espécie naturalmente vulnerável”, explica Carla. O nome vernáculo, patativa-tropeira, é alusivo à distribuição e à rota de migração dos pássaros, que seguem o caminho dos antigos tropeiros (que iam do RS para o sul de São Paulo). A descoberta foi registrada na edição de outubro de 2013 do periódico The Auk. Repenning destaca ainda que a captura de espécies silvestres para abastecer o mercado clandestino de pássaros e a degradação dos campos naturais são ameaças diretas à sobrevivência da nova patativa. “Ela já pode ser considerada globalmente em perigo de extinção”, alerta o pesquisador. Com a descoberta, os pesquisadores pretendem melhorar o entendimento sobre a história demográfica e evolutiva desse grupo de pássaros, servindo de subsídios para o estabelecimento de estratégias para o manejo e conservação dos campos.
Os estudos são financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Natural Grassland Conservancy e pela Fundação Grupo Boticário de Conservação da Natureza. Além da PUCRS, a pesquisa teve o apoio de proprietários rurais, do Laboratório de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Associação Sócio-Ambientalista (ONG Igré) e de curadores de museus nacionais e internacionais.