Este trabalho, que ilustra a capa da edição atual da consagrada publicação científica Journal of Medicinal Chemistry, permite uma extraordinária evolução na pesquisa relacionada ao combate das doenças parasitárias, já que o processo de descoberta e desenvolvimento de fármacos é longo e complexo. Embora voltados para doenças parasitárias, os resultados obtidos por meio deste trabalho poderão, inclusive, ser utilizados num futuro próximo para quaisquer tipos de doenças: o foco é tornar o candidato a fármaco extremamente potente e seletivo, de tal forma que os pacientes recebam uma menor dosagem do medicamento, em um menor número de vezes por dia. Outro benefício, este de carácter social, é que quanto menor for a dose administrada, mais barato será esse fármaco e isso é fator relevante, tendo em consideração, principalmente, as doenças parasitárias, que estão incluídas no grupo das designadas Doenças Tropicais Negligenciadas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Este trabalho é considerado uma nova e promissora etapa nos esforços que estão sendo feitos na área de química medicinal no Brasil, com o intuito de desenvolver candidatos a fármacos para a doença de Chagas.
Além de Adriano Andricopulo, a equipe de pesquisadores é composta pelo Prof. Glaucius Oliva, pelas Dras. Renata Krogh e Ana Sales, e pelas doutorandas Ivani Pauli e Mariana Souza, todos eles do Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) do IFSC-USP, que é sede do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um CEPID FAPESP. A equipe conta com a importante colaboração do Prof. Luiz C. Dias e do Dr. Marco Dessoy, do Instituto de Química da UNICAMP, responsáveis pela síntese dos inibidores, e da Profa. Rafaela S. Ferreira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais.
Os originais deste trabalho poderão ser consultados, acessando os links abaixo.
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jm401709b
http://pubs.acs.org/action/showLargeCover?jcode=jmcmar&vol=57&issue=6