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O desenvolvimento urbano mal planejado e o desmatamento florestal são alguns dos responsáveis pela alteração no ciclo do nitrogênio. O principal fator, no entanto, “é a eliminação de dióxido de nitrogênio por queima de combustível”, explica a pesquisadora Gabriela Bielefeld Nardoto, professora adjunta da Faculdade UnB Planaltina (FUP) e uma das autoras do texto. Segundo ela, o nitrogênio que se encontra na natureza na forma inerte volta para a atmosfera como poluente, acidificando o solo e levando à perda de biodiversidade.
A situação se agrava ainda mais com o aumento das queimadas e o uso indiscriminado de fertilizantes na agricultura. “Os níveis de nitrogênio caem e o solo perde cálcio e magnésio, ficando pobre em nutrientes”, esclarece Gabriela. O solo pobre exige mais fertilizantes para promover o desenvolvimento das plantas e muitos agricultores acabam utilizando as queimadas como recurso para recuperar a produtividade da terra. A retirada do nitrogênio do solo tem sido considerada a terceira maior causa de perda da biodiversidade.

O artigo, publicado recentemente na revista Science, chama a atenção para um fenômeno até então pouco discutido por pesquisadores da América Latina: a poluição ambiental por nitrogênio. “Esse tipo de poluição só era visto pelos Estados Unidos, Europa e Ásia e nós somos uma região do mundo com uma mega biodiversidade”, conta Gabriela Nardoto. Além dela, a pesquisadora Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da UnB no campus de Planaltina, também assina o texto, junto com outros dez especialistas de países da América Latina, como Argentina, Bolívia e Chile.

O encontro entre os estudiosos aconteceu em agosto de 2011, na Universidade de Brasília, durante um workshop promovido pelas professoras da UnB com apoio da Iniciativa Internacional do Nitrogênio (INI). A reunião resultou na elaboração do texto publicado pela Science. “Temos trabalhado em três pilares: ensino, pesquisa e extensão”, explica o professor Luiz Antônio Pasqueti, diretor da Faculdade UnB Planaltina. “Para nós é um orgulho muito grande elas terem conseguido que esse trabalho fosse reconhecido pela Science. Isso demonstra a qualidade dos nossos professores”, completa Pasqueti.

A revista Science é uma das mais prestigiadas publicações voltadas à ciência do mundo, conhecida por divulgar importantes descobertas científicas como a clonagem, o uso de células-tronco e a descoberta do Bóson de Higgs, que ficou conhecido como a “partícula de Deus”. Em 2007, foi contemplada com o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação, juntamente com a revista Nature.

UnB Agência