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Pesquisadores do Centro de Memória da PUCRS, sob a coordenação do neurocientista Iván Izquierdo, descobriram que a acetilcolina (ACh) cerebral, neurotransmissor que age diretamente no sistema nervoso central, tem papel específico em alguns aspectos da memória, como na perda da orientação espacial, muito comum na velhice e em pessoas que sofrem da doença de Alzheimer. Um artigo sobre o tema foi publicado segunda-feira, 8 de outubro, na PNAS, o periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Conforme Izquierdo, a descoberta permitirá que a indústria farmacêutica produza medicamentos específicos para tratar o problema. "Sabia-se que a ACh intervém na memória, mas não em aspectos específicos da mesma. Agora sabemos que ela mantêm o aprendizado espacial, ou a capacidade de se situar em determinado espaço", explica Izquierdo. "Muitas pessoas saem de casa e querem ir até a farmácia, por exemplo, mas não lembram o caminho. E esta orientação depende fundamentalmente da acetilcolina cerebral. Nossa descoberta avança também para o entendimento dos mecanismos da demência de Alzheimer", complementa.

O estudo foi desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade de Western Ontario, do Canadá, e sob a coordenação dos brasileiros Marco e Vânia Prado. Camundongos transgênicos com redução da atividade do sistema da ACh no hipocampo foram testados em um labirinto aquático, em que o animal se guia por dicas externas ao tanque para chegar a algum lugar, e acaba nadando em uma determinada direção específica. "Ficou demonstrado inclusive que animais em que o sistema da acetilcolina não funciona a memória de longa duração não se desenvolve e os animais acabam se tornando hiperativos, não formam uma boa memória, criando muitos transtornos".