O sistema esquelético é particularmente afetado em casos de metástase em câncer de próstata. A propagação de tumores ocorre quando o câncer primário é transmitido pelo sangue e se desenvolve nos ossos.
O novo estudo, feito por um grupo internacional de pesquisadores, baseou-se no uso de terapia com cloreto de rádio-223, que atinge as metástases no sistema esquelético com potentes partículas alfa que são mortais para os tumores.
As partículas poupam os tecidos adjacentes aos tumores e a medula óssea. O tratamento está sendo experimentado em casos de câncer de próstata resistentes à castração, estágio avançado da doença caracterizado tipicamente por metástase esquelética resistente e tratamentos convencionais.
“O rádio-223 oferece uma abordagem nova para o tratamento de metástase óssea. Ele trata sistemática e simultaneamente múltiplas áreas atingidas pela doença e tem se mostrado muito bem tolerado pelos pacientes. O risco de supressão da medula óssea é baixo mesmo em pacientes submetidos a intensa quimioterapia”, disse Valerie Lewington, professora no King’s College London e um dos autores do estudo.
A nova terapia está em fase 3, ou seja, estão sendo feitos estudos internacionais de larga escala, em múltiplos centros, com diferentes populações de pacientes de modo a verificar eficácia e segurança.
Em 2011, a Bayer HealthCare apresentou estudo no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica, na Suécia, com o uso do radiofármaco Alpharadin (cloreto de rádio-223). A sobrevida global mediana dos pacientes tratados com o medicamento foi 44% maior, chegando a 14 meses, apontou o estudo, que contou com a participação de pesquisadores do Brasil.
Agência FAPESP