"Estudamos células-tronco com o objetivo de poder utilizá-las em terapia celular, especialmente em doenças neuromusculares e craniofaciais, como uma ferramenta que permita melhorar nossa compreensão da expressão gênica em doenças genéticas", disse.
Os estudos incluem uma comparação do potencial de células estromais mesenquimais adultas a partir de fontes in vitro e in vivo de diferentes modelos animais. Os experimentos com fins terapêuticos são voltados para a reparação óssea, tratamento de doenças neuromusculares e distrofias musculares, além da criação de um banco de células-tronco de pacientes com diferentes doenças genéticas.
A palestra de Ricardo Renzo Brentani, diretor-presidente da FAPESP e presidente do Hospital A.C. Camargo, foi sobre o uso de genômica e genética molecular no desenvolvimento de alternativas de tratamento para o câncer.
Brentani descreveu o trabalho feito no Hospital A.C. Camargo, o maior hospital de câncer no Brasil, que atende a mais de 16 mil novos casos da doença por ano, realizando cerca de 11 mil cirurgias. O hospital, que sedia um CEPID-FAPESP e um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), é responsável por cerca de 60% da produção científica em oncologia publicada pelo país.
"Há uma década, o A.C. Camargo participou do projeto Genoma Humano do Câncer, financiado pela FAPESP e pelo Instituto Ludwig. Amostras de tumores estudados em 30 laboratórios foram reunidos no hospital, onde foram dissecados por nossos patologistas. O resultado foi a segunda maior contribuição no mundo para o transcriptoma humano", destacou.
Fernando Ferreira Costa, professor da Faculdade de Ciências Médicas e reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), falou sobre alvos potenciais para o desenvolvimento de drogas para o tratamento de doenças genéticas no sangue, como a anemia falciforme (malformação de hemácias).
O grupo coordenado por Costa investiga o emprego da terapia com hidroxiureia somada à estimulação da produção de hemoglobina fetal para o tratamento dessas doenças no sangue.
Segundo ele, a terapia com hidroxiureia, aliada à estimulação da produção de hemoglobina fetal e à redução de hemólise – destruição de hemácias por rompimento da membrana plasmática com liberação da hemoglobina –, levou a uma melhoria nos processos de coagulação.
Valder Arruda falou sobre estudos feitos pelo grupo que coordena na Universidade da Pensilvânia para o desenvolvimento de terapia genética para o tratamento de doenças hereditárias como hemofilia, a dificuldade de coagulação sanguínea.
De acordo com Arruda, os resultados da adoção de terapia genética em cães com doenças no sangue têm se mostrado altamente promissores.
O cientista, quando estava na Unicamp, teve apoio da Fundação por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes e foi um dos pesquisadores principais do Projeto Temático "Genética molecular das alterações hereditárias da hemoglobina e estudo funcional dos genes globina gama", coordenado por Ferreira Costa.
Agência FAPESP