Um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2007, Fert participou da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas. A ESPCA é uma modalidade lançada em 2009 pela FAPESP para financiar a organização de cursos de curta duração em pesquisa avançada nas diferentes áreas do conhecimento do estado de São Paulo.
Fert e o físico alemão Peter Grünberg receberam o Prêmio Nobel de Física de 2007 por causa da identificação simultânea, em 1988, da magnetorresistência gigante, um efeito mecânico quântico observado em materiais composto por materiais magnéticos e não magnéticos que reduz a resistência elétrica.
Esse efeito, aplicado a partir de 1997, permitiu a ampliação da memória de computadores e celulares, quebrando a barreira dos gigabytes (GB). O disco rígido de 100 GB de um aparelho de áudio portátil da Toshiba “é coisa do passado”, definiu Fert.
A magnetorresistência gigante é a base da spintrônica, que permite a geração de memórias não voláteis e ainda mais potentes que as atuais, como as que a IBM, dos Estados, NEC, Sony e Hitachi, do Japão e a francesa Thales devem apresentar publicamente em breve. “Esses novos conceitos da física estão sendo aplicados rapidamente em novos produtos, diferentemente do que vemos, por exemplo, na geladeira, cuja tecnologia básica é dos anos 80”, disse Fert.
Uma das razões é o longo trabalho conjunto entre centro de pesquisas e empresas. O grupo francês Thales é um dos financiadores do laboratório de Fert, ao lado do CNRS, desde 1994. “Desde o início das nossas pesquisas nessa área a empresa está conosco”, destaca o físico.
Revista Pesquisa FAPESP