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agopunturaPara que acupuntura? Desenvolvida na China há mais de três mil anos, a prática da acupuntura foi introduzida no Ocidente no século XVII, e no meio médico brasileiro há cerca de 40 anos. A terapia é indicada para patologias diversas – mas não todas, como ressalta o diretor do Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia Traumatologia (IOT) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Wu Tu Hsing. É particularmente eficiente contra dores, entre elas cólicas menstruais, enxaquecas, fibromialgia e dores esquelético-musculares. Também é recomendada no caso de enjoos, como os causados por quimioterapia, embora não seja indicada para o tratamento de tumores, servindo apenas como paliativo, para amenizar os sintomas. Isso porque os estudos desenvolvidos em torno da especialidade, que permitiram sua aplicação como terapia médica (e não um “tratamento alternativo”), permitiram até agora comprovar que trata problemas disfuncionais, como o mau funcionamento orgânico de algum órgão ou sistema.
Para problemas estruturais, em que há dano em estruturas do corpo, ainda não há comprovação de sua eficácia. “A acupuntura melhora as dores causadas por uma artrose no joelho, por exemplo, mas não resolve o desgaste do joelho, não rejuvenesce a articulação”, explica Wu. “O nosso desafio então é estudar a utilização da acupuntura para tratar doenças estruturais”, projeta o médico.

Tradição e ciência
Segundo a medicina tradicional chinesa, a acupuntura atua trazendo de volta o equilíbrio físico e espiritual da pessoa, ao restabelecer o seu fluxo de energia (“Qi”), que por algum motivo estava anormal.

De acordo com a medicina ocidental – em que se sustenta a aplicação médica da acupuntura – o mecanismo de ação da prática é baseado na liberação, a partir da inserção de agulhas em determinados pontos, de endorfina (analgésico) e do ACTH, precursor da cortisona, um anti-inflamatório potente produzido pelo próprio organismo.

Vale lembrar que o procedimento é seguro, desprovido de efeitos colaterais, e minimamente invasivo e doloroso, desde que realizado corretamente por médico capacitado.

Na prática médica, os especialistas têm notado também diversos benefícios ainda não claramente explicados advindos da acupuntura, permitindo sua aplicação em casos de crises asmáticas, problemas hormonais, ansiedade, gastrite, síndrome do pânico e depressão. “É possível até bloquear um trabalho de parto precoce aplicando acupuntura”, relata Wu.

O foco das pesquisas então não é mais tanto comprovar os efeitos da acupuntura, como esclarece o professor da FMUSP. “Há 20 anos atrás tínhamos angústia de provar que a acupuntura tem resultados. Hoje estamos em outra fase, já sabemos que a acupuntura funciona”. Assim, os estudos científicos têm se preocupado em comparar as diferentes técnicas para diferentes casos, e obter o máximo de efeito com o mínimo de agulhas.

Saiba mais no site do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.

Ambulatórios do HC capacitam alunos para prática da acupuntura

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