Para problemas estruturais, em que há dano em estruturas do corpo, ainda não há comprovação de sua eficácia. “A acupuntura melhora as dores causadas por uma artrose no joelho, por exemplo, mas não resolve o desgaste do joelho, não rejuvenesce a articulação”, explica Wu. “O nosso desafio então é estudar a utilização da acupuntura para tratar doenças estruturais”, projeta o médico.
Tradição e ciência
Segundo a medicina tradicional chinesa, a acupuntura atua trazendo de volta o equilíbrio físico e espiritual da pessoa, ao restabelecer o seu fluxo de energia (“Qi”), que por algum motivo estava anormal.
De acordo com a medicina ocidental – em que se sustenta a aplicação médica da acupuntura – o mecanismo de ação da prática é baseado na liberação, a partir da inserção de agulhas em determinados pontos, de endorfina (analgésico) e do ACTH, precursor da cortisona, um anti-inflamatório potente produzido pelo próprio organismo.
Vale lembrar que o procedimento é seguro, desprovido de efeitos colaterais, e minimamente invasivo e doloroso, desde que realizado corretamente por médico capacitado.
Na prática médica, os especialistas têm notado também diversos benefícios ainda não claramente explicados advindos da acupuntura, permitindo sua aplicação em casos de crises asmáticas, problemas hormonais, ansiedade, gastrite, síndrome do pânico e depressão. “É possível até bloquear um trabalho de parto precoce aplicando acupuntura”, relata Wu.
O foco das pesquisas então não é mais tanto comprovar os efeitos da acupuntura, como esclarece o professor da FMUSP. “Há 20 anos atrás tínhamos angústia de provar que a acupuntura tem resultados. Hoje estamos em outra fase, já sabemos que a acupuntura funciona”. Assim, os estudos científicos têm se preocupado em comparar as diferentes técnicas para diferentes casos, e obter o máximo de efeito com o mínimo de agulhas.
Saiba mais no site do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.
Ambulatórios do HC capacitam alunos para prática da acupuntura
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