O grupo registrou em vídeo os deslocamentos pelo ar de exemplares da Chrysopelea paradisi, que se atiraram do alto de uma torre de 15 metros de altura até o chão.
Os registros foram feitos com quatro câmeras instaladas em pontos diferentes, o que permitiu aos cientistas fazer uma reconstrução em três dimensões das posições do corpo do animal enquanto planava.
A análise da dinâmica de movimentos e das forças atuantes indicou que o réptil, apesar de se deslocar no ar por uma distância considerável com relação à dimensão de seu corpo, não atinge um estágio de equilíbrio com relação ao próprio movimento.
Ou seja, não chega a um ponto em que as forças geradas por seu corpo ondulado se contrapõem exatamente à força que puxa o animal para baixo, o que faria com que se movesse em velocidade e angulação constante. Por outro lado, a serpente também não cai simplesmente no chão.
“Em vez disso, ela é empurrada para cima, mesmo que se mova para baixo, porque o componente para cima da força aerodinâmica é maior do que o peso do animal”, disse Jake (John) Socha, um dos autores do estudo. O trabalho também será publicado na revista Bioinspiration and Biomimetics.
“Hipoteticamente, isso significaria que, se a serpente continuasse com esse deslocamento, acabaria mesmo se movendo para cima, o que seria algo ainda mais impressionate. Mas nosso estudo aponta que o efeito é apenas temporário e que a serpente acaba chegando ao chão após o deslocamento”, disse.
O artigo Non-equilibrium trajectory dynamics and the kinematics of gliding in a flying snake, de John J. Socha, poderá ser lido por assinantes da Bioinspiration and Biomimetics.
Mais informações: http://iopscience.iop.org/1748-3190
Agência FAPESP