“Precisamos de uma rede de colaboração para integrar áreas e visões e para podermos pensar juntos as importantes questões levantadas no simpósio”, disse João Alexandrino, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e co-organizador do encontro.
De acordo com Celio Haddad, professor do Instituto de Biociências de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do evento, o objetivo do simpósio foi plenamente atingido.
“Nosso objetivo foi divulgar a filogeografia, um ramo multidisciplinar da ciência que reúne um conjunto de áreas. Pretendemos dar um impulso na filogeografia por meio do programa Biota-FAPESP. O simpósio atendeu tanto a especialistas quanto a graduandos que querem iniciar nessa área”, disse Haddad, que também é membro da coordenação do Biota-FAPESP.
“Tivemos a participação de estudantes de biologia, geografia, ecologia, geologia e outras áreas. Além de reunir pesquisadores, quisemos alcançar os graduandos”, disse.
Durante os dois dias, o público deparou com uma complexidade de temas que envolveu desafios e avanços nas pesquisas. Foram apresentados estudos sobre biogeografia e paleoecologia, além de trabalhos filogeográficos em plantas, organismos aquáticos, anfíbios, pássaros e mamíferos.
Durante os debates, os pesquisadores levantaram alguns pontos divergentes, como o conflito entre o papel da taxonomia e da filogeografia. Segundo eles, é preciso uma maior aproximação entre as duas áreas.
Outro ponto levantado disse respeito às fontes de dados disponíveis. “Vimos uma concentração de trabalhos sobre a Mata Atlântica, particularmente na região Sudeste. Mas há muitas regiões não apenas no Brasil como em toda a América do Sul que ainda não foram exploradas nem discutidas”, disse Luciano Beheregaray, professor das universidades Flinders e Macquarie, na Austrália.
Segundo Alexandrino, a concentração de trabalhos na Mata Atlântica e nas regiões Sudeste e Sul se justifica. “A estrutura do simpósio seguiu a lógica das pesquisas. Houve associação com o número de estudos publicados nos últimos anos nessa área”, disse.
Scott Edwards, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, falou sobre a necessidade de padronizar as diferentes técnicas utilizadas para os estudos filogenéticos. “As diferentes técnicas empregadas nas análises são importantes porque esclarecem similaridades e diferenças entre as espécies”, disse.
Agência FAPESP