Até agora achava-se que a subsistência no Paleolítico europeu tivesse sido baseada em proteína e gordura animal, com raras evidências de consumo de plantas. Mas em estudo feito a partir de sítios arqueológicos na Itália, Rússia e República Tcheca, um grupo de cientistas desses países descobriu grãos de amido em pedras de cerca de 30 mil anos.
Os padrões de desgaste nas amostras e a presença de amido, verificada a partir de análise com microscopia óptica e eletrônica, permitiram concluir que as pedras foram utilizadas para amassar raízes e grãos, de modo similar ao empregado em um pilão para fazer farinha.
Segundo o estudo de Anna Revedin, do Istituto Italiano di Preistoria e Protostoria, na Itália, e colegas, os resíduos de vegetais nas pedras parecem ser principalmente de plantas ricas em carboidrato e energia.
A descoberta, de acordo com os autores, indica que o processamento de alimentos e a produção de farinhas eram comuns na Europa no período.
O artigo 30,000 year old flour: new evidence of plant food processing in the Upper Paleolithic (doi/10.1073/pnas.1000948107), de Anna Revedin e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da PNAS em www.pnas.org.
Agência FAPESP