Prêmio, diplomas e medalhas de ouro serão entregues em cerimônia no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Bernhard Nobel (1833-1896), o inventor da dinamite.
O desenvolvimento da química orgânica tornou possível ao homem “copiar” a química da natureza, fazendo uso da capacidade do carbono de fornecer uma estrutura estável para moléculas funcionais. Isso permitiu a produção dos mais variados itens usados pelo homem, como o plástico.
Mas, para criar esses compostos complexos, é preciso ser capaz de unir átomos de carbono. O problema é que o carbono é estável, e seus átomos não reagem facilmente uns com os outros.
Os primeiros métodos usados pelos químicos para agrupar átomos de carbono eram baseados em técnicas que faziam o elemento ficar mais reativo. Tais métodos funcionavam para a criação de moléculas simples, mas, na hora de sintetizar estruturas mais complexas, o resultado era a sobra de muitos derivados indesejáveis, em um processo pouco produtivo.
O acoplamento cruzado catalisado por paládio resolveu o problema ao fornecer aos químicos uma alternativa mais precisa e eficiente para a criação de moléculas complexas. O paládio, elemento químico de número atômico 46, é muito usado como catalisador em procedimentos odontológicos (próteses) e em trabalhos de joalheria.
Nas reações que ocorrem no método – denominadas “Heck”, “Negishi” e “Suzuki” –, átomos de carbono se encontram em um átomo de paládio, que catalisa a reação e união entre eles.
Heck foi o primeiro a usar o paládio como catalisador das ligações de carbono, em 1968. No fim da década de 1970, Negishi introduziu compostos de zinco para facilitar a atuação do paládio e Suzuki adicionou o bóro à reação, obtendo resultados ainda melhores.
O método criado pelos cientistas agora premiados pelo Nobel é usado em pesquisas por todo o mundo, bem como na produção industrial de medicamentos e de eletrônicos (como nas telas de LEDs orgânicos), entre outros.
Mais informações sobre o Nobel: http://nobelprize.org
Agência FAPESP