Durante o sono, as ondas cerebrais se tornam mais lentas e organizadas. Fusos do sono se referem aos breves picos de ondas de frequência mais elevada. Esses saltos de atividade são gerados pelo tálamo, região envolvida na integração das informações sensoriais (com exceção do olfato).
“O tálamo provavelmente evita que informações sensoriais cheguem a áreas do cérebro que percebem e reagem aos sons. Os resultados de nosso estudo fornecem evidência de que os fusos do sono são marcadores para esse bloqueio. Mais fusos significam mais sono estável, mesmo quando há ruídos”, disse Ellenbogen.
O cientista e colegas se surpreenderam com a magnitude do efeito dos fusos do sono. Eles analisaram em laboratório durante três noites os padrões cerebrais dos voluntários da pesquisa, na primeira noite com silêncio e nas outras duas submetidos a diversos tipos de sons, como telefones tocando, pessoas conversando e ruídos mecânicos.
“Os efeitos dos fusos do sono são tão pronunciados que pudemos percebê-los após apenas uma única noite”, disse Ellenbogen. Os cientistas esperam que o trabalho possa levar ao desenvolvimento de maneiras de aumentar os fusos do sono por meio de técnicas comportamentais, de medicamentos ou de dispositivos.
O artigo Spontaneous brain rhythms predict sleep stability in the face of noise, de Jeffrey Ellenbogen e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.current-biology.com.
Agência FAPESP