A tese vencedora, Caravelas de papel: A política editorial do Acordo Cultural de 1941 e o Pan-Lusitanismo (1941-1949), defendida no programa de pós-graduação em História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), analisou a política editorial implementada por meio do Acordo Cultural de 1941 entre Brasil e Portugal. O trato foi assinado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), no Brasil, e o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), em Portugal, que produziam vasto material impresso, como revistas, séries ou coleções.
“Preocupei-me em descortinar, entre outros aspectos, os meandros discursivos dessa produção e a instrumentalização da História, em função do ideário político dos dois governos – Vargas e Salazar – que, juntos, queriam forjar uma espécie de ‘cultura política luso-brasileira’”, explica Gisella. Segundo ela, a utilização de impressos como fonte trouxe à tona inúmeras questões relativas às relações luso-brasileiras das décadas de 30 e 40, como a relação entre literatura e política.
De acordo com a autora, o prêmio representa um incentivo para os pesquisadores brasileiros que trabalham com temas da história das relações luso-brasileiras. “Pessoalmente, este prêmio é uma honra, além de ser muito gratificante, em razão do enorme investimento que é escrever uma tese de doutorado”, afirma.
O vencedor recebe € 10,000. A tese também rendeu a Gisella convite para escrever capítulo de coleção histórica com publicação prevista para este ano em Portugal.