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Notícias do Campus
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ufjf-logoUm estudo apresentado recentemente na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aponta que houve crescimento de 278% no número de doutores no país, entre 1996 e 2008. Isso significa um aumento de 11,9% na taxa média anual do período analisado. Os resultados fazem parte da publicação “Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira” e foram conseguidos por meio do cruzamento de dados da Capes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT), do Trabalho e Emprego (MTE) e da Previdência Social (MPS).
Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),  o número de professores com essa titulação também cresceu nos últimos anos. Em 2008, eram 473 (ou 62%). Atualmente, a UFJF conta com 595 titulados doutor (71% de todo o corpo docente da instituição), o que corresponde a 25,8% de aumento em dois anos.

Segundo a pró-reitora de Pesquisa da UFJF, Marta D’Agosto, o aumento no número de doutores traz reflexos imediatos no crescimento da produção de conhecimento e da pesquisa, que é inerente ao processo de aprendizado. “Do meu ponto de vista, aprender é um processo que envolve contato com o conhecimento disponibilizado, dos métodos para sua formulação e novos questionamentos.”

Áreas em desenvolvimento

O estudo divulgado revela ainda um desenvolvimento significativo nas grandes áreas do conhecimento. Entre as que mais cresceram, destacam-se as ciências sociais e humanas, com aumento médio de 14,8% e 13,6% ao ano, respectivamente. As áreas de ciências exatas e da terra também foram expressivas, mas paralelas à média geral (11,9%).

Contudo, o pró-reitor de Graduação da UFJF, Eduardo Magrone, lembra que o fato de uma universidade apenas possuir um elevado número de doutores não torna a graduação melhor. Segundo ele, é preciso uma política de ensino para qualificar esse aprendizado. “Ter recursos humanos e um corpo docente titulado, apenas, não garante melhorias no ensino. O ideal é criar uma política orientada, de forma a desenvolver uma interlocução entre graduação e pós-graduação, com intercâmbio de alunos de ambas as formações participando das atividades.”

Magrone acredita que um ensino de qualidade é feito pela convivência harmônica entre graduação e pós-graduação. “Deve-se criar habilidades de pesquisador nos alunos da graduação. A pós-graduação e a graduação deveriam participar juntas desse ensino, pois isso estimula e desenvolve um espírito crítico no aluno e apresenta o futuro a ser seguido após o término desta etapa.”

Mercado para a educação

O estudo divulgado revela, também, a educação como a área que mais emprega doutores no Brasil. Em cada dez, oito trabalham nessa área. Segundo o pró-reitor de Pós-graduação da UFJF, Luiz Carlos Ferreira de Andrade, o mercado no Brasil está bastante disputado e o professor também participa, buscando melhores salários. Segundo ele, a educação ainda é a área que mais concentra doutores, pois “as instituições federais de ensino superior são aquelas que melhor remuneram o professor doutor. A UFJF, desde a década de 90, prioriza o doutor em seus concursos para admissão de docentes e esta atitude alavancou a pós-graduação na Universidade”.

Luiz Carlos afirma que o investimento nesta área ainda não é o ideal, comparado ao feito nos Estados Unidos e em países asiáticos, por exemplo. Porém, o Brasil tem crescido muito na área da pós-graduação e na formação de profissionais para a atuação no ensino. “Temos grande esperança de melhorias, pois a Capes já é a melhor agência de fomento do mundo.” Segundo ele, o país saltou do 54º para o 13º lugar em publicações acadêmicas nos últimos sete anos. Em 2006, houve 256 publicações científicas na UFJF. Em 2009, esse número cresceu para 800, representando um aumento de 312,5% de produção publicada.

Assessoria de Comunicação UFJF