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premio-jabuti-2010As obras vencedoras da 52ª edição do Prêmio Jabuti – uma das principais premiações culturais no país – foram anunciadas na última sexta-feira (1º/10), pela Câmara Brasileira do Livro. Cada uma das 21 categorias teve três livros escolhidos e a cerimônia de premiação será realizada no dia 4 de novembro, na Sala São Paulo, na capital paulista. Na data da premiação serão revelados também os vencedores dos dois prêmios especiais: Livro do Ano – Ficção e Livro do Ano – Não-Ficção. Entre os dias 5 e 31 de outubro, ocorrerá ainda a votação, pela internet, do prêmio “Voto Popular” nas subcategorias “Ficção” e “Não-Ficção”.
Na categoria Ciências Naturais e Ciências da Saúde, o primeiro lugar ficou com o livro Clínica Médica, um projeto editorial da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

A obra, centrada na experiência médica conjunta de médicos do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, foi coordenada por seis professores da instituição: Milton de Arruda Martins, Flair Carrilho, Euclides Ayres de Castilho, Chao Lung Wen, Giovanni Guido Cerri e Venâncio Avancini Ferreira Alves.

Cerri é diretor da Divisão de Diagnóstico por Imagem do HC e um dos coordenadores da Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas sobre o Cérebro (CInAPCe), da FAPESP. Alves coordena dois projetos que têm apoio da FAPESP nas modalidades Auxílio à Pesquisa – Regular e Programa Pesquisa para o SUS.

De acordo com Alves, o livro foi uma iniciativa da direção da faculdade. “O objetivo é passar ao médico brasileiro a visão da equipe da FMUSP sobre os principais problemas da prática médica com ênfase na experiência brasileira. Procuramos transformar a experiência cotidiana do HC em um livro com um forte conteúdo acadêmico”, disse à Agência FAPESP.

O enfoque brasileiro é o principal diferencial da obra. “Em outros países há excelentes livros de clínica médica com forte base acadêmica. Mas, nessa obra, procuramos mostrar as peculiaridades que cada doença adquire no Brasil. É uma obra nacional, que nasce do atendimento e, por isso, reflete a integração entre as várias disciplinas”, afirmou.

Na categoria “Economia, Administração e Negócios”, o primeiro lugar ficou com Trabalho flexível, empregos precários? Uma comparação Brasil, França, Japão, de Nadya Guimarães – professora titular do Departamento de Sociologia da USP –, Helena Hirata e Kurumi Sugita, ambas pesquisadoras do Centre Nacional da Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês). Helena esteve no Brasil por um ano, como professora visitante, com apoio da FAPESP.

Nadya é pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), um dos Centros de Pesquisa Inovação e Difusão (Cepids) da FAPESP, com sede no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e que é também um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT).

As três pesquisadoras trabalharam juntas, desde a fase inicial do CEM, em uma pesquisa sobre o desemprego e as novas formas das relações de trabalho em São Paulo, Paris e Tóquio. “Esse estudo comparativo tratava das três metrópoles entre 2000 e 2005, um período de intensas transformações no mercado de trabalho”, disse Nadya.

As equipes nas três cidades utilizaram questionários e entrevistas biográficas para produzir amostras representativas de cada caso. O grupo de pesquisadores seniores e estudantes trabalhou de forma integrada com um grupo de interlocutores e consultores formado por intelectuais proeminentes dos três países. O livro é fruto de um colóquio de encerramento que reuniu todas as equipes em torno da questão “A flexibilidade implica precarização no trabalho?”.

“Procuramos observar como as relações entre os processos de flexibilidade e precarização se colocam de forma distinta em relação às realidades de cada metrópole. A primeira parte da obra tem um ponto de vista ‘macro’, analisando os efeitos das mudanças de estrutura do mercado de trabalho sobre a dinâmica do processo de trabalho. Na segunda parte, avaliamos como essas transformações são vividas pelos atores”, explicou.

Auxílio a publicações

Na categoria “Ciências Humanas”, o primeiro lugar ficou com Viver em risco, de Lúcio Kowarick, professor titular do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Entre 2001 e 2004, Kowarick coordenou o projeto “Viver em risco: moradia, desemprego e violência urbana na Grande São Paulo”, apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular. Em 2009, publicou Viver em risco com apoio na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.

O primeiro lugar na categoria “Ciências Exatas, Tecnologia e Informática” ficou com Obra científica de Mario Schönberg: Volume 1 – 1936 a 1948, organizada por Amélia Império Hamburger, professora aposentada do Instituto de Física da USP.

O livro foi publicado com apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações, sob coordenação de João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Astrofísica – que é financiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Na categoria “Educação, Psicologia e Psicanálise”, o primeiro lugar ficou com O Tempo e o cão, da psicanalista Maria Rita Kehl. O ganhador da categoria “Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes” foi Athos Bulcão, de Paulo Humberto Ludovico de Almeida. A Clave do poético, de Benedito Nunes, ganhou em “Teoria/Crítica Literária”.

Na categoria “Contos e Crônicas”, o primeiro prêmio ficou com Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras histórias de amor), de José Rezende Jr. O vencedor em “Reportagem” foi O Leitor apaixonado – Prazeres à luz do abajur, de Ruy Castro. O vencedor em “Romance” foi Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre.

Mais informações e a relação completa dos premiados: www.cbl.org.br/jabuti

Agência FAPESP