Ciência e Tecnologia

crescimentoO estudo de pequenas criaturas marinhas coletadas na Antártica nos primeiros anos do século 20 pelo explorador inglês Robert Falcon Scott (1868-1912) acaba de fornecer novas informações sobre as mudanças ambientais no continente que rodeia o polo Sul. Ao comparar briozoários – animais invertebrados aquáticos – existentes atualmente com exemplares obtidos nas expedições lideradas pelo capitão Scott, um grupo de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos encontrou a primeira evidência conclusiva do aumento da captura e do armazenamento de carbono por uma vida marinha na Antártica.

aedes-aegyptiUm estudo que será publicado na revista Parasites and Vectors indica um método que usa fungos patogênicos como alternativa para prevenir a proliferação da malária. A proposta é usar esporos flutuantes para matar as larvas dos mosquitos antes que esses possam transmitir a doença. Há mais de 200 milhões de casos de malária a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e a doença foi responsável por cerca de 780 mil mortes em todo o mundo em 2009. No Brasil, são cerca de 500 mil casos por ano.

fapesp-22feb11O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está participando de uma expedição oceanográfica com o objetivo de coletar dados para estudos sobre a cor do oceano e a existência de aerossóis que podem influir no ciclo do carbono e nos ecossistemas marinhos. O cruzeiro oceanográfico partiu da Cidade do Cabo, na África do Sul, em 20 de fevereiro, e percorrerá o Atlântico Sul até Valparaíso, no Chile, com chegada prevista para o dia 15 de março.

aedes-aegyptiA Universidade Federal do Paraná está testando dois novos larvicidas que podem tornar o combate à dengue mais eficiente em todo o país. As novas substâncias destroem as larvas do mosquito gastando menos e com melhores resultados. As duas substâncias têm se mostrado letais às larvas do Aedes aegypti nos testes feitos no laboratório do departamento de Zoologia da UFPR.

batteriCompreender a interação natural entre duas proteínas para inibir a divisão de uma bactéria – e, dessa forma, possivelmente evitar a sua proliferação – é tema de proposta aprovada na chamada da Rede de Biologia Estrutural em Tópicos Avançados de Ciências da Vida – SMOLBnet 2.0. O projeto "SMOLBnet 2.0: combinando genética e RMN para dissecar interações proteína-proteína fundamentais para o funcionamento do complexo de divisão bacteriana", coordenado pelo professor Frederico José Gueiros Filho, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, pretende estudar como a proteína conhecida como FtsZ interage com outras duas presentes na bactéria: MinC e MciZ.

Contando com uma operação de grandes proporções, um importante radiotelescópio com antena de mais de 14 metros de diâmetro, localizado na região metropolitana de Fortaleza (CE), acaba de ser reparado com sucesso. O equipamento, que estava fora de uso há um ano devido a um problema técnico aparentemente incontornável, é uma unidade básica de uma rede mundial de geodésia espacial. A rede, que conta com antenas semelhantes em diversos continentes, é responsável por serviços estratégicos como a calibração dos satélites GPS. O radiotelescópio é operado pelo Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam), da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio de um convênio entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Nasa, a agência espacial norte-americana.

Durante três décadas, de 1947 a 1976, duas fábricas de uma multinacional jogaram um total estimado de 600 mil quilos de bifenilas policloradas (PCB), compostos organoclorados sintéticos considerados entre os poluentes com maior biotoxicidade, no rio Hudson, em Nova York. O resultado foi o acúmulo do composto cancerígeno em um peixe local, o Microgadus tomcod, da família do bacalhau, em níveis nunca vistos em populações naturais. O surpreendente é que o peixe não sumiu da área afetada, mas proliferou a ponto de hoje ser encontrado em grandes populações. O motivo é que o excesso de PCB induziu a um tipo de mutação que levou o peixe a evoluir para poder resistir à grande quantidade de toxinas presente na água, segundo estudo publicado nesta sexta-feira (18/2) no site da revista Science.

O excesso de chuva em áreas urbanizadas pode ter efeitos dramáticos para as populações locais, como se vê todo verão em alguma região do Brasil. Dois novos estudos destacam que gases estufa produzidos pela industrialização têm aumentado significativamente a probabilidade de precipitação pesada e o risco de enchentes. As pesquisas, que reforçam a importância da contribuição humana em eventos hidrológicos extremos, tiveram seus resultados publicados na edição desta quinta-feira (17/2) da revista Nature. Trabalhos anteriores haviam apontado que a influência antropogênica no aquecimento global podia ser responsável em parte pelo aumento nas chuvas. Entretanto, por causa da disponibilidade limitada de observações diárias, a maior parte dos estudos até hoje examinou apenas o potencial de mudanças na precipitação em comparações entre modelos climáticos.

Edward-WittenDesde sua origem no fim da década de 1960, a teoria das supercordas passou por inúmeras reviravoltas. Em vários momentos ganhou novas interpretações, até se tornar a mais bem-sucedida resposta, até hoje, para um dos maiores desafios da física contemporânea: unificar a teoria da relatividade geral e a mecânica quântica. Mas essa movimentada trajetória histórica está longe de chegar ao fim, segundo o físico norte-americano Edward Witten, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, que recebeu na última segunda-feira (14/2), em São Paulo, o título de doutor honoris causa da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Para Witten, que é considerado um dos mais importantes físicos teóricos da atualidade, a teoria das supercordas deverá ganhar novas interpretações no futuro, adquirindo dimensões – e consequências teóricas – que ainda são completamente imprevisíveis.

fapesp-16feb11O Laboratório de Microscopia Eletrônica (LME) do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), iniciou em 15 de fevereiro a operação de um novo microscópio eletrônico de transmissão. O LME se caracteriza por ser um laboratório de microscopia com 12 anos de operação e pioneiro no país em uma estrutura de trabalho e pesquisa totalmente aberta e multiusuário. Os cinco microscópios disponíveis atualmente no laboratório foram adquiridos com financiamento da fundação, e vem desempenhando um papel extremamente importante na geração de conhecimento e formação de recursos humanos na área de microscopia eletrônica. Já foi responsável pelo atendimento a cerca de 1.500 usuários e realizou o treinamento de mais de 550 pesquisadores.

Homens que começam a perder cabelo na faixa dos 20 anos podem ter maior risco de desenvolver câncer de próstata no futuro, de acordo com estudo publicado nesta terça-feira (15/2) na revista Annals of Oncology. A pesquisa, feita na França, comparou 388 portadores de tumores na próstata com um grupo controle de 281 homens saudáveis e verificou que, entre aqueles com a doença a porcentagem daqueles que começaram a ficar calvos aos 20 e poucos anos era duas vezes maior do que nos demais. Para aqueles cuja calvície começou depois dos 30 ou depois dos 40, não houve diferença no risco de desenvolver câncer de próstada em comparação com o grupo controle. A alopécia androgênica é a queda de cabelos que afeta principalmente os homens.