Ciência e Tecnologia

Dawndraco kanzaiOs pterossauros, répteis voadores que viveram praticamente em todo o planeta entre 220 a 65 milhões de anos atrás, têm sido alvo constante de divergência entre os taxonomistas. A polêmica em busca da classificação correta dessas criaturas pré-históricas, consideradas os primeiros vertebrados a desenvolverem voo ativo, é nítida no caso dos pterossauros do gênero Pteranodon. Apesar de bem conhecidos pelos estudiosos, eles passaram por várias revisões no século passado, que tinham como objetivo agrupá-los segundo diferentes critérios de classificação taxonômica. A primeira revisão, realizada em 1910, estabeleceu que o Pteranodon reunia 11 espécies. Depois, outra revisão, de 1994, reduziu o número de espécies para apenas duas (Pteranodon longiceps e Pteranodon sternbergi). Agora, o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresenta uma nova proposta: são quatro as espécies desse grupo.

O projeto campeão do Prêmio IFMT de Inovação Tecnológica, “Sensor Ultrassônico para Deficientes Visuais” conquistou a primeira colocação no resultado do Concurso Pró-Inovação Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia organizado pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológicos da Universidade de Brasília (CDT/UnB), apoiado pelo Ministério de Educação (MEC). O resultado foi divulgado no dia 20 de dezembro de 2010. O projeto receberá assessoria para redação de um pedido de patente.

A atribuição de valor aos serviços ecológicos é um fator importante para incentivar a preservação da natureza e da biodiversidade. Mas não é suficiente: as dimensões econômicas por si só não garantem a conservação se não forem agregadas a fatores não-econômicos que envolvem valores históricos, culturais e até mesmo estéticos. A conclusão é de uma análise sobre a valoração econômica e os instrumentos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade coordenada por Luciano Verdade, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Verdade, que é membro da coordenação do Programa Biota-FAPESP, apresentou os resultados do estudo durante a conferência internacional Getting Post 2010 – Biodiversity Targets Right, realizada em dezembro pelo Programa Biota-FAPESP, pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Um grupo de professores e 108 estudantes do quinto ano da Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba, litoral norte paulista, em conjunto com empresários e pesquisadores voluntários, estão construindo um satélite artificial que deve ser lançado nos Estados Unidos e entrar em órbita ainda este ano. A iniciativa partiu do professor de matemática Candido Osvaldo de Moura. Em fevereiro de 2010, ele leu em uma revista de divulgação científica que uma empresa dos Estados Unidos, a Interorbital, vendia kits de satélites chamados TubeSats, que permaneciam em órbita a 300 quilômetros de altitude durante três meses. Ousadamente, Moura pensou em construir e lançar um desses. Os alunos aprovaram seu plano, mesmo sabendo que teriam de enfrentar muitas dificuldades, que Moura está superando, uma a uma.

scienza_techO interesse da população brasileira pela ciência aumentou consideravelmente nos últimos quatro anos. A conclusão é da pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia”, realizada no fim de 2010 com mais de 2 mil pessoas em todo o país e divulgada nesta segunda-feira (10/1) pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Em pesquisa anterior, realizada em 2006, o número de interessados ou muito interessados em ciência era de 41% dos brasileiros. O percentual subiu, em 2010, para 65%. De acordo com o coordenador do estudo, Ildeu de Castro Moreira, os resultados – que em breve serão publicados no site do MCT – não apenas revelam um interesse crescente, mas apontam também que a população brasileira tem uma percepção cada vez mais madura a respeito da ciência. “Os resultados mostram que a população brasileira confia no cientista, acredita que a pesquisa é fundamental, apoia o aumento de recursos para o setor e acha que a ciência traz benefícios para sua vida.

lnls-logoDezenove pesquisadores brasileiros e 64 de outros 24 países estarão reunidos no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), de 17 a 25 de janeiro, para conhecer os mais recentes avanços na utilização de radiação síncrotron e suas aplicações em investigações científicas. A Escola São Paulo de Ciência Avançada – New developments in the field of synchrotron radiation se realiza no âmbito ESPCA, modalidade lançada pela FAPESP para financiar a organização de cursos de curta duração em pesquisa avançada nas diferentes áreas do conhecimento no Estado de São Paulo. Entre os professores convidados que participarão do evento estão dois ganhadores do Prêmio Nobel: Ada Yonath (Instituto de Ciência Weizmann, Israel), Química em 2009, e Albert Fert (Unidade Mista de Física, Conselho Nacional de Pesquisa Científica, França), Física em 2007.

No próximo dia 13 de janeiro, um navio espanhol fará no Rio de Janeiro a primeira escala de uma viagem iniciada em 15 de dezembro em Cádiz, na Espanha, cujo roteiro inclui, além da capital fluminense, mais nove cidades no mundo, como Sidney, na Austrália, e Honolulu, no Havaí. Não se trata de mais um navio de cruzeiro que costuma aportar no litoral carioca nesta época do ano, mas de uma embarcação oceanográfica, o navio Hespéride, que integra a expedição de circunavegação Malaspina 2010. Batizada com o nome do capitão de fragata da marinha espanhola Alejandro Malaspina – que em julho de 1789 iniciou a primeira expedição de circunavegação ibérica e cuja morte completou 200 anos em 2010 –, o objetivo da expedição é realizar um estudo multidisciplinar para avaliar os impactos das mudanças globais e a biodiversidade dos oceanos.

agopunturaPara que acupuntura? Desenvolvida na China há mais de três mil anos, a prática da acupuntura foi introduzida no Ocidente no século XVII, e no meio médico brasileiro há cerca de 40 anos. A terapia é indicada para patologias diversas – mas não todas, como ressalta o diretor do Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia Traumatologia (IOT) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Wu Tu Hsing. É particularmente eficiente contra dores, entre elas cólicas menstruais, enxaquecas, fibromialgia e dores esquelético-musculares. Também é recomendada no caso de enjoos, como os causados por quimioterapia, embora não seja indicada para o tratamento de tumores, servindo apenas como paliativo, para amenizar os sintomas. Isso porque os estudos desenvolvidos em torno da especialidade, que permitiram sua aplicação como terapia médica (e não um “tratamento alternativo”), permitiram até agora comprovar que trata problemas disfuncionais, como o mau funcionamento orgânico de algum órgão ou sistema.

fapesp-07gen11A teoria da relatividade geral explica a gravidade. A mecânica quântica explica as forças nucleares e o eletromagnetismo. Conciliar as duas teorias é um dos maiores desafios para a física. A solução mais eficiente até agora para unificar gravitação e mecânica quântica é a chamada teoria das supercordas, que está em plena construção. Nos últimos dez anos, o esforço internacional para promover avanços nessa área tem contado com a importante participação de pesquisadores ligados ao Projeto Temático "Pesquisa e ensino em teoria de cordas", financiado pela FAPESP. Sob coordenação de Nathan Jacob Berkovits, professor titular do Instituto de Física Teórica (IFT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o projeto é o terceiro realizado sobre o tema desde 2000.

forestaAmbientes aquáticos, como lagos, pântanos e rios, são fontes substanciais de metano (CH4), um dos principais gases de efeito estufa (GEE) e causador do aquecimento global. O poder de absorção de radiação ultravioleta desse gás é cerca de 23 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2). “Ao longo dos bilhões de anos de existência da Terra, sempre existiu um equilíbrio natural entre os ciclos biogeoquímicos com a produção e o consumo das várias moléculas de carbono, como CO2 e CH4. O ser humano, ao impactar e alterar nossas florestas, lagos, rios e mares entretanto, tem interferido nesse processo, alterando um equilíbrio que evolui há bilhões de anos e obviamente afeta a produção mais gases”, disse Alex Enrich-Prast, professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

fapesp-060111Na maior parte dos rios na América do Sul é comum encontrar grupos de pequenos cascudos – conhecidos entre os aquaristas como "limpa fundo" – que, à primeira vista, parecem iguais. Mas, apesar de muito parecidos, não pertencem à mesma espécie, segundo estudo publicado na edição desta quinta-feira (6/1) da revista Nature. A pesquisa, feita por cientistas do Brasil e do Reino Unido, revelou que comunidades de cascudos, ainda que possuam exemplares com padrões e cores praticamente idênticas, podem conter três ou mais espécies diferentes. O estudo observou que as espécies adotam o chamado mimetismo Mülleriano, no qual os exemplares são tanto modelos como mímicos, adotando padrões e cores semelhantes para o benefício de todos, como na defesa contra predadores.