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Ciência e Tecnologia
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O geógrafo e professor francês Georges Bertrand, da Universidade de Toulouse, apresentou sua versão para a Teoria do Geossistema em conferência na Universidade de Brasília, nesta segunda-feira, 4 de outubro.  Segundo ele, o planeta Terra vive uma época de crise ambiental, catástrofes naturais, escassez de água e pandemias. “Não se trata de mero ‘catastrofismo’, é a realidade e os geógrafos precisam se envolver mais para reverter essa situação”, afirma. A Teoria do Geossistema, criada ainda no século XVIII, busca estudar a relação entre os diversos componentes naturais em uma determinada região.
Baseada em uma abordagem sistêmica, a teoria de Bertrand analisa fatores bióticos, abióticos e antrópicos associados a um território. Com o sistema GTP (Geossistema, Território e Paisagem), o professor representa o que ele chama de naturalismo antropizado. “Dessa forma é possível medir o impacto material do homem na natureza”, explica.

Segundo ele, o território é a forma de uso político, social e econômico do espaço geográfico e dos recursos naturais. Já a paisagem representa a expressão cultural e os significados que são atribuídos ao meio ambiente. Para Bertrand o desafio dos geógrafos é compreender todo esse conjunto. “Não acredito que exista Geografia Física sem a Humana. Se não tivermos uma visão global será impossível analisar o mundo atual”, conclui.

Bertrand ressaltou a importância dada na atualidade ao desenvolvimento sustentável e aos impactos das ações do homem sobre o meio ambiente. Para ele, esse é um desafio econômico, político e cultural para todos os países. “Necessitamos de uma verdadeira revolução”, alerta.  

FERRAMENTAS – Segundo o professor, a Geografia necessita de novas ferramentas para analisar e explicar o conjunto dinâmico do mundo atual. “Hoje não temos boas ferramentas como antigamente. Devemos resgatar a dimensão geográfica”. Para ele, a Ecologia, disciplina desenvolvida entre as décadas de 50 e 60, revolucionou a ciência. “É uma disciplina diagonal, interdisciplinar. Porque não usar o conceito de ecossistema quando falamos do meio ambiente?”.

Segundo o geógrafo, o homem ainda é visto apenas como agente comum do meio ambiente. “Temos que introduzir o homem no meio ambiente, saber como vive, como trabalha, como interage com o meio e por que faz parte dele”. Só assim, ressalta o cientista francês, será possível fazer uma análise mais precisas dos impactos da ação humana sobre os ciclos naturais.

UnB Agência